segunda-feira, 20 de junho de 2011

Por que ser Sindicalizado?

Na Empresa onde trabalho, muitos trabalhadores têm feito esse questionamento. Ora, O que é um Sindicato? Para que serve um Sindicato? Por que tenho que ser Sindicalizado? Sindicato é nada mais nada menos que uma associação de pessoas de um mesmo ramo de atividade, organizados no sentido de conquistar melhoria nas condições de trabalho, qualidade de vida, melhores salários e benefícios. Simples assim? É claro que não. Essas funções se tornam muito mais complexas do que se possa imaginar. Para os que estão envolvidos diretamente, lutar nesta causa, dos trabalhadores, requer muita renúncia por parte daqueles que se dispõem a serem dirigentes sindicais. Muitos investem tanto tempo neste ideal, que suas próprias famílias os abandonam, o número de dirigentes Sindicais divorciados é assustador.

A causa exige esse empenho, por ser muito desgastante, ela exige investimento de tempo em seminários, encontros, reuniões... E acontece de, na maioria das vezes terem que conciliar a atividade Sindical com seu próprio trabalho, afinal, nem todos os dirigentes possuem ‘’liberação integral’’ para desenvolver suas funções Sindicais, Muitos o fazem em suas horas de folga, pasmem, por puro idealismo.

Primeiramente não existe Sindicato sem sócios, ou associados (como queiram), sem trabalhadores que financiem a luta. Entidade sem fins lucrativos, os Sindicatos vem através das décadas revolucionando a relação Patrão-Empregado. Alguns Sindicatos disponibilizam prestação de serviços para seus associados, médicos, advogados, dentistas, cursos, formação, enfim, muitos desses serviços funcionam como um atrativo para que o trabalhador acabe se interessando pela causa. Mas eis a pergunta: ‘’e se os Sindicatos não oferecessem nenhum tipo de serviço além daquele proposto inicialmente, ou seja, defender os interesses dos trabalhadores. Ainda assim, seria interessante associar-se?’’ Eu digo que sim. Sem o Sindicato o trabalhador fica completamente desamparado, desprotegido, refém de um sistema capitalista que só visa o lucro em detrimento da saúde do trabalhador.

Ser associado, e não somente um ‘’aldeão’’, alheio aos acontecimentos à sua volta, como folha jogada pelo vento, sem direção, é imprescindível para que os Sindicatos continuem fortes, estruturados para servir aos interesses da classe trabalhadora. Para sobreviver, um Sindicato tem muitos custos: um corpo jurídico, médicos, funcionários, custos com campanhas salariais, PLR, Tudo isso custa caro. O capitalismo, como próprio nome já diz, provê seus recursos do próprio lucro, lucro esse, gerado pelo esforço dos trabalhadores, Estes sim, fazem com que as maquinas funcionem a todo vapor, recheando o bolso do patrão.

O Trabalhador tem no Sindicato um porto seguro. não há mais ninguém que defenda seus interesses sem querer algo em troca. Quando o trabalhador adoece o patrão vira as costas para ele, simplesmente o ignora. O sistema capitalista não aceita trabalhador lesionado. Quando você está bem de saúde, você é o destaque, quando você adoece no setor de trabalho, você é o descarte.

Por todos esses motivos, é essencial que os trabalhadores se organizem e se associem. E fundamental para que os Sindicatos continuem firmes e fortes na defesa dos interesses dos trabalhadores.

Elifas Nascimento Medeiros

Coordenador de Comunicação do Sindialimentação – Vila Velha -ES

domingo, 20 de março de 2011

Terceirização na Nestlé/Garoto


Ministério Público concorda com Sindicato

No ano passado, a direção do Sindialimentação entrou na justiça contra o trabalho de carga e descarga realizado por trabalhadores terceirizados na Chocolates Garoto. Para o Sindicato, essa é uma atividade fim, ou seja , faz parte do trabalho de produção da Empresa. Sendo assim, é uma atividade que não pode ser terceirizada.

A atividade realizada pela Kaiser, começou com 5 funcionários e no final já contava com 107. Na ação judicial o Sindicato cobrava a efetivação desses trabalhadores pela Garoto. Um parecer do Ministério Público do Trabalho concorda com essa posição do Sindicato e ainda questionou outros aspectos da relação entre Garoto e kaiser.

Empresa insiste no erro

O processo da Kaiser ainda não foi julgado, mas a Nestlé, “NA SURDINA”, resolveu procurar outra alternativa para continuar a fazer o que está errado. Trocou terça-feira os funcionáriosda Kaiser por outros, da ISS Brazil (com [z] mesmo). Essa, atua no mundo inteiro e se apresenta como capaz de solucionar desde problemas de higiene e limpeza, logística e serviço de suporte e manutenção (predial, de instalações...). Ou seja, capaz de terceirizar outras atividades realizadas na GAROTO.

Para o Sindicato, a terceirização é uma forma de traição. Os trabalhadores terceirizados recebem menos do que o piso da Empresa e não tem acesso às conquistas dos trabalhadores.

A Nestlé lucra ainda mais e o trabalho de todos é ameaçado. Nesta quinta, dois trabalhadores da ISS foram vistos trabalhando no almoxarifado.

Flagrante

A troca da Kaiser estava sendo realizada em segredo, mas os diretores do Sindicato flagraram na terça-feira o treinamento realizado por supervisores da Garoto para os funcionários da ISS Bazil, no teatro municipal de Vila Velha. A presença do Sindicato deixou os supervisores nervosos. De acordo com o diretor de RH, nem mesmo a Kaiser, cujo contrato acabaria naquele dia, sabia do treinamento. Dá para acreditar nisso?

Equívocos da Nestlé


Em reunião realizada no mesmo dia, a Nestlé insistiu em dizer que o treinamento e atroca da Empresa eram um procedimento normal, e que o Sindicato não tinha legitimidade para questionar essa contratação. Engana-se a Empresa por três motivos:

Primeiro: terceirizações afetam o nível de emprego e geram condições de trabalho piores para os terceirizados. Por isso somos contra qualquer tipo de terceirização.

Segundo: O Ministério Público do trabalho concorda com a visão do Sindicato de que a atividade desenvolvida pela Kaiser (e agora pela ISS Brazil), só pode ser realizada por trabalhadores efetivos.

Terceiro: o Sindialimentação tem legitimidade para questionar tudo que afete coletivamente os trabalhadores e, assim como foi contra a contratação da Kaiser, também irá questionar a ISS, para impedir a terceirização na produção.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Colaborador ou Trabalhador?

Observa-se curioso modismo adotado por algumas empresas em chamar os empregados de colaboradores, aparentemente como uma mera e inocente denominação, mas que pode significar o desejo dos empregadores em se esquivar do cumprimento das obrigações inerentes ao contrato de trabalho.
A palavra colaborar significa cooperar; trabalhar na mesma obra; concorrer para um fim em vista. Tomando o conceito genérico, não haveria contradição, pois todas as atividades realizadas em conjunto necessitam de predisposição, boa-vontade, colaboração e esse é um dos elementos naturalmente presentes na relação de emprego, pois do contrário seria servidão ou escravidão (contra a vontade do empregado).
Contudo, a CLT é clara em seu artigo 3º, em denominar empregado, toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência  deste e mediante salário.
Vista de perto e com todas as suas nuanças, a relação de emprego é diferente do associativismo ou cooperação, seja pela ótica social ou jurídica. Isto porque é uma relação que origina a luta de classes, onde o "muro de Berlim" jamais foi derrubado, onde há um permanente conflito de interesses dentro do sistema capitalista
O trabalhador vende sua força de trabalho e o patrão se apropria do lucro que advém do processo de produção. Ora, colabora quem tem voz, quem pode interferir no processo produtivo, quem pode em pé de igualdade ditar regras e esse não é o caso dos trabalhadores brasileiros, que em grande numero sem sequer possuem Carteira de Trabalho.
Também conta com um sistema de participação nos lucros ainda tímido demais para possibilitar que o trabalhador se veja efetivamente como mero colaborador de uma tarefa cujos benefícios serão distribuídos de modo desproporcional, uma vez que o seu salário não é calculado de modo justo, conforme determinado pela Constituição Federal, em seu artigo 7º, IV, ficando distante de atender às suas necessidades básicas e às de sua família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Os direitos mínimos assegurados pela Constituição federal em seu artigo 7º ainda carecem de efetividade, de modo a ser improvável a modificação da estrutura dessa relação jurídica, para considerar o trabalhador como simples colaborador do patrão.
Chamar de "colaborador" quem cumpre ordens, não tem poder de decisão sobre a forma de exercer o trabalho, não se apropria do lucro de maneira igual e costuma ser demitido quando questiona seus direitos é até perversidade, além de modo ilusório para disfarçar o permanente conflito entre capital e trabalho. Enquanto obedece calado é chamado de colaborador, porém quando expressa sua vontade, conhece a força de quem tem o poder de punir até com a demissão.
Essa denominação, portanto, não serve para os empregados admitidos sob o regime da CLT, merecendo repúdio da Justiça, das entidades sindicais e dos trabalhadores, enquanto de fato e de direito não tiverem a liberdade de colaborar, o que ocorrerá quando a Justiça Social for finalidade maior que o lucro, nas relações de trabalho.

Meirivone Aragão.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Diga NÃO!!

Como diz a letra da canção do cantor Gabriel Pensador, “Até quando você vai ficar levando porrada? Até quando você vai ser saco de pancada? ’’

Trabalhador nesse País continua sendo humilhado em seu local de Trabalho, e às vezes com o seu próprio consentimento. Seja por medo de demissão ou conveniência, a verdade é que, em pleno século 21 essas barbáries ainda acontecem. Dia desses eu pude testemunhar um colega de trabalho que sofreu um acidente e teve que se submeter a uma cirurgia, levou alguns pontos em seu braço, até ai nada de anormal. O interessante é que ele não cumpriu o atestado dado pelo seu médico, segundo ele ‘’a chefia’’ pediu para que ele ficasse por ali mesmo, de bobeira, sem fazer esforço físico. Todo esse blá, blá nos sabemos a motivação, as Empresas querem conquistar os ‘’ISOS’’ (Organização Internacional de padronização) da vida, mas flexibilizando com a segurança do trabalhador. Não abrem CAT, desrespeitam atestado médico - um documento importantíssimo, e buscam a produção a todo custo, muitas vezes em detrimento da saúde do trabalhador. Voltando ao caso do trabalhador acidentado, eu cheguei a orientá-lo a cumprir o atestado, pois o repouso era essencial para o tratamento do ferimento e uma plena recuperação. Mesmo assim ele disse que não, seguiria a determinação do supervisor. Resumo desta história, passaram-se algumas semanas e este trabalhador dedicado, a ponto de renunciar a sua própria saúde para estar na Empresa, acabou sendo DEMITIDO. Os motivos? Os de sempre: ‘’Não se encaixava no perfil’’.

É tempo de dizer não, BASTA de tirania, falta de respeito com o ser humano, desumanidade. Os Sindicatos precisam se mobilizar e rediscutir o tema da saúde. Resgatar o respeito há muito tempo perdido, pois em vez de avanços estamos tendo retrocessos na área da saúde ocupacional. As DRT’S Funcionam? Podemos ter esperança neste braço em auxílio do trabalhador? São perguntas que no momento não tenho respostas. Se fôssemos seguir à risca o significado da sigla, DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO, poderíamos estar certos de que Sim. Mas como nem tudo nesta vida é justo, temos que nos mobilizar, com um olhar critico e fiscalizador, colocar à luz do dia todas as mascaras que escondem a verdadeira face deste sistema capitalista.

Depende de todos nós, discípular politicamente uma nova geração, pois essa, sinceramente, está indo à bancarrotas, descendo a ladeira sem freios. Pode até ser pessimismo da minha parte, mas é o que eu tenho sentido nessa juventude que ai está. Plugada na moda, nas artes, e completamente alheia à cena política e social. Acreditem, existem muitos que sequer sabem para que existe um sindicato. Entram nas empresas e pensam que todos os benefícios que ali estão foram dados pelo patrão. Desconhecem, não sei se por fata de motivação ou por uma cultura de efemeridades que permeia a mente dos jovens, que muitos pioneiros trabalhadores, dirigentes sindicais, pagaram o preço da luta, da renúncia, do investimento do tempo, para que houvesse o doce sabor da conquista após uma luta árdua com os patrões.

Nunca venda a sua honra. Sua força de trabalho, esta sim é para ser muito bem valorizada por você. Ela é a sua ferramenta de sucesso e felicidade. O patrão só sabe te usar, se você adoece ou se acidenta, para ele será apenas mais um na estatística. Erga-te! Acorde! Levante! LUTE!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

GREVE

Foto by

Os trabalhadores da Nestlé/Garoto mostraram muita indignação com os números apresentados pela empresa na reunião que aconteceu nesta sexta-feira 24. A diretoria do Sindialimentação decidiu convocar a massa de trabalhadores para uma assembleia nesta quarta-feira para deliberarem sobre a greve. Se aprovada, esta será a primeira greve da era Nestlé na Chocolates Garoto.

A Nestlé/Garoto obteve um lucro liquido de 171 milhões em 2009, e ao que tudo indica em 2010 os números também serão generosos. Esta é a indignação dos trabalhadores, saberem que tanto fizeram para que a empresa lucrasse, e agora assistem ao descaso por parte da Nestlé. Hoje à tarde aconteceu um manifesto dos trabalhadores em frente à unidade da Nestlé/Garoto em Vila Velha – ES. Sob a liderança sempre firme do SINDIALIMENTAÇÃO.

Strike

The workers of Nestlé/Garoto showed much
indignation at the numbers provided by the company
in the meeting of Friday 24. The directors of union
decided to convene the
mass of workers to a meeting this
Wednesday to decide on the strike. If
approved, this will be the first strike in the Garoto since the Nestlé command
The Nestlé / Garoto earned a net profit of 171
million in 2009, and everything indicates that in
2010 the
numbers will be generous. This is the outrage of the
workers, who did fight to the evolution
of company profits, and now watch the neglect
from Nestle. This afternoon there was a
manifesto of the workers in front of the unit
Nestlé / Garoto in Vila Velha - ES. Under the
leadership always strong of the workers union.